Paula Morelenbaum - Telecoteco, um Sambinha Cheio de Bossa
2008 | Bossa Nova/Jazz | Mp3 320 Kbps | 151 Mb | Couves
01 Manha De Carnaval - & Ryuichi Sakamoto
02 Nao Me Diga Adeus - & Jaques Morelenbaum
03 O Samba E O Tango - & Bajofondo
04 Love Is Here To Stay - & Joao Donato
05 Um Cantinho E Voce - & Leo Gandelman
06 Ilusao A Toa - & Marcos Valle
07 Telecoteco
08 Sei Lá Se Tá - & Chico Pinheiro
09 O Que Vier Eu Traço
10 Voce Nao Sabe Amar - & Joao Donato
11 Ternura Antiga - & Leo Gandelman
12 Luar E Batucada
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By Janaína Cunha Melo - Jornal Estado de Minas - Cultura
Paula Morelenbaum lança CD de bossa nova
De volta aos anos 1940 e 1950, cantora lança álbum inspirado em pesquisa sobre a origem do gênero musical que se tornou cartão-postal da MPB
Manhã de carnaval (Luis Bonfá-Antônio Maria) abre o disco de Paula Morelenbaum e já anuncia a intenção da cantora carioca com o novo trabalho. Com a canção, escrita em 1959, ela inicia seleção minuciosa de repertório que revela as origens da bossa nova e a rica fonte de inspiração de um dos movimentos mais criativos da música popular brasileira. De volta aos anos 1940 e 1950, a inquietação de Paula estava em descobrir a gênese, a origem de um estilo que continua chamando a atenção do mundo para o Brasil.
Sempre tive curiosidade em saber por que foram feitas obras tão bonitas nos anos 1960, o que ocorreu musicalmente no país antes disso, permitindo que esse movimento fosse realizado de maneira tão especial, com tanto encantamento”, explica a artista sobre o projeto que deu forma ao disco Telecoteco – um sambinha cheio de bossa… (Universal). A experiência com o mestre Tom Jobim e a dedicação ao gênero facilitaram o desenvolvimento da pesquisa, permitindo a atmosfera de intimidade do disco. Na memória dela constavam referências de um tempo em que se ouvia dos boleros ao erudito.
O período pesquisado acolheu estilos heterogêneos, mas com idéias sonoras de algum modo convergentes. Conviviam tango, bolero, samba, musicais da Broadway, música francesa e de concerto. “Tom adorava Debussy e Ravel. A mistura de tudo me inspirou, a ponto de começar a compreender que aquele era um ambiente mais que favorável para o surgimento da bossa nova”, conta Paula. Para interpretar o repertório – que inclui Um cantinho e você (José Maria de Abreu e Jair Amorim), de 1948; Sei lá se tá (Alcyr Pires Vermelho e Walfrido Pinto), de 1940; e Ternura antiga (J. Ribamar e Dolores Duran), de 1960 – ela se valeu do estilo a que se dedica desde o início da trajetória como intérprete. Por isso, Paula não entende seu ofício como a representação de um personagem, mas algo natural, próprio a seu temperamento artístico – um lugar onde se sente bem.
De certa forma, ela se vê escolhida pelas canções e movida por outras razões, além da própria curiosidade. Para ela, desde sempre as experimentações buscam aproximar gerações de uma música que tem história. Quando fundiu Vinicius de Moraes e MPB com a música eletrônica, pretendia chamar a atenção da juventude distante das origens. Agora, quer tornar evidente a franca contribuição de compositores pouco lembrados. A cantora diz que Telecoteco também tem sentido de continuidade, de um projeto maior que norteia sua trajetória. A colaboração do musicólogo Paulo César de Andrade foi fundamental para a pesquisa de Paula. Com ele, ela redescobriu acervo vasto, com incontáveis sucessos que mereciam lugar no novo disco.
ILUMINADO
Por razões técnicas, escolheu 12 canções, entre as mais alegres e próximas do ambiente “colorido e iluminado” da bossa nova. “Não foi nada fácil fazer essas escolhas, por isso optei pelo que me tocava mais, pelo que tem a ver com a minha identidade. O acervo do Paulo é incrível”, ela lembra, dizendo ter deixado para trás as canções melancólicas, também muito apreciadas na época. “Nunca me interessei muito por esse universo da fossa. É tudo muito triste, não gosto muito”, justifica. Nesse disco, Paula Morelenbaum conta com participações especiais de João Donato, Marcos Valle, Jaques Morelenbaum, Leo Gandelman, Chico Pinheiro, Bajofondo (remix) e Ryuichi Sakamoto. Alguns deles, parceiros de projetos anteriores. Outros, amigos que se revelaram em Telecoteco, como João Donato.
“Ele é uma novidade pra mim. Essa é a primeira vez que trabalhamos juntos e estamos apaixonados um pelo outro. Ele é incrível, generoso, eclético e isso se reflete na música libertária e espiritualizada que faz”. Paula também fez questão de deixar registrada homenagem a Dorival Caymmi, com a regravação de Você não sabe amar (composta com Carlos Guinle e Hugo Lima em 1950). “Não há músico no Brasil que não tenha sido influenciado por ele, por sua música ao mesmo tempo simples, intensa e complexa”.